sexta-feira, 01 de agosto de 2025
O auditório do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo foi palco, nesta semana, do evento “Polícia Judiciária Militar e Direitos Humanos: Desafios e Estratégias na Era Digital”, uma iniciativa da Polícia Militar Rodoviária (PMRv), com apoio institucional do TJMSP e da Escola Judiciária Militar (EJM).
Com público estimado em 170 participantes, o encontro reuniu comandantes de Policiamento Rodoviário, oficiais da PM atuantes em setores de Polícia Judiciária Militar e Disciplina, além de juízes, promotores de Justiça e advogados. O evento foi prestigiado pelos desembargadores militares Orlando Eduardo Geraldi, ouvidor do TJMSP, e Ricardo Juhás Sanches.
Transmitido ao vivo para unidades da Polícia Militar no interior do Estado, o evento teve como propósito promover reflexões sobre os impactos das transformações tecnológicas no exercício da Polícia Judiciária Militar e no sistema de justiça, fortalecendo o diálogo entre as instituições e o aprimoramento das práticas investigativas e processuais.
A programação foi aberta com a palestra do Coronel PM Hugo Araujo dos Santos, com o tema “Polícia Judiciária Militar Rodoviária na Era Digital”. O oficial destacou que a atuação do policial rodoviário deve estar sempre alicerçada em três pilares: hierarquia, técnica e moral. Em sua fala, agradeceu o apoio do TJMSP e ressaltou a importância da integração entre as instituições. “A parceria com o Tribunal permite que a PMRV beba no berço da Justiça”, afirmou.
Ao final da explanação, o desembargador militar Orlando Geraldi elogiou a coragem do coronel ao tratar de temas como corrupção e defendeu que os policiais conheçam de perto o funcionamento do Tribunal. “Quero recebê-los como amigos, não como réus”, afirmou.
A promotora de Justiça Giovana Ortolano Guerreiro abordou o tema “Processo Judicial Eletrônico: como tratar o sigilo, videoconferência, testemunha protegida, medidas cautelares, vista dos autos no IPM e outras peculiaridades”. Ela destacou os benefícios do PJe, como a celeridade e a desburocratização, mas também alertou para riscos como vazamentos e falhas humanas na manipulação de documentos digitais. A promotora ressaltou a importância da correta apuração das transgressões disciplinares. “Devemos tirar a farda daqueles que não a honram”, pontuou.
No período da tarde, o Major PM Fernando Ferreira de Moraes ministrou a palestra “Estratégias de Investigação Criminal e Técnicas de Criminalística na Era Fintech”. Ele abordou a evolução das formas de dinheiro e destacou os desafios que novas modalidades — como moedas virtuais, gift cards, jogos eletrônicos e recompensas digitais — impõem ao rastreamento de recursos ilícitos. Também tratou de aspectos técnicos da condução de diligências, apreensões e preservação de mídias digitais.
Encerrando a programação, a advogada Lara Rocha Garcia apresentou a palestra “Como a Inteligência Artificial Impacta a Prática do Direito”, discutindo os avanços da IA na área jurídica e seus impactos nos processos judiciais, na produção de provas e na tomada de decisões.
Por Imprensa TJMSP
