quarta-feira, 30 de julho de 2025
O Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo – TJMSP recebeu, em evento promovido pela Assessoria Policial Militar da Corte, a palestra do Delegado de Polícia Rubens Salles Pereira Orrin, especialista em operações de combate ao sequestro. Voltada ao efetivo da Assessoria Policial Militar, a atividade contou também com a presença da promotora de justiça Giovana Ortolano Guerreiro.
Com o tema “DAS – Panorama atual, prevenção e atuação”, o delegado, que atualmente integra a Divisão Antissequestro (DAS) da Polícia Civil, apresentou uma análise aprofundada sobre a evolução dos crimes de sequestro, suas dinâmicas contemporâneas e os métodos de enfrentamento utilizados pelas forças de segurança.
Durante a exposição, Rubens Orrin resgatou casos emblemáticos, como os sequestros do empresário Abílio Diniz, em 1989, e do publicitário Washington Olivetto, em 2001 — este último ocorrido no ano com o maior número de registros desse tipo de crime: 362 ocorrências. O delegado ressaltou que a Divisão Antissequestro conta atualmente com três delegacias especializadas e atua com base em quatro pilares: investigação, negociação, inteligência e operações.
O palestrante explicou que, ao longo dos anos, as estruturas criminosas evoluíram de modelos hierarquizados para redes interconectadas, o que exigiu uma mudança de abordagem por parte da DAS. Nesse contexto, foi implantado o modelo F3Ead organizacional, centrado em inteligência, treinamento, planejamento e integração, que tem resultado em maior efetividade nas ações e aumento no número de prisões.
Entre os principais tipos de sequestro registrados atualmente, o delegado destacou os chamados “Tinder-pix” e “Fretebras”, além de casos de autosequestro relacionados a dependência química, jogos online, infidelidade, cobranças de dívidas ou mesmo motivados por simples curiosidade.
Na parte final da apresentação, Rubens Orrin compartilhou recomendações de segurança e medidas preventivas para mitigar riscos, como o uso de aplicativos de geolocalização e autenticação facial em plataformas bancárias. Também alertou sobre o crescimento dos crimes de engenharia social, destacando a importância de preservar a privacidade nas redes sociais, evitando a exposição de rotinas, ostentação de bens e compartilhamento excessivo da vida pessoal com desconhecidos.
Por Imprensa TJMSP