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Boomers, Millennials e Geração Z: convivência entre gerações inspira debate sobre assédio no TJMSP

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Categoria: Institucional

Em um tribunal onde convivem profissionais de quatro gerações — da Boomer à Z —, o diálogo sobre respeito e convivência ganha contornos ainda mais importantes. Na última sexta-feira (3/10), a roda de conversa promovida pelo Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo (TJMSP) reuniu estagiários(as) para refletir sobre assédio, discriminação e as formas de construir relações de trabalho mais éticas e colaborativas.

A atividade foi promovida pelas Comissões de Prevenção e Enfrentamento ao Assédio Moral, ao Assédio Sexual e a todas as formas de Discriminação (CPEAMAS), presididas pelo Desembargador Militar Paulo Adib Casseb. Com foco na abordagem preventiva e acolhimento, as CPEAMAS atuam em consonância com a Resolução CNJ nº 351/2020, que estabelece a Política Nacional de Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral, do Assédio Sexual e da Discriminação no Poder Judiciário.

O Juiz de Direito Marcos Fernando Theodoro Pinheiro abriu a roda de conversa “Assédio e discriminação no ambiente de trabalho” destacando que o estágio é um momento decisivo de formação profissional e ética. “A convivência no ambiente institucional é uma escola de valores — e o respeito é o primeiro deles”, afirmou.

A condução ficou a cargo de Camilie Cardoso, especialista em Diversidade e Cultura Organizacional e integrante da Comissão, que apresentou de forma interativa os diferentes tipos de assédio — moral, sexual e organizacional — e as formas sutis de discriminação que ainda se manifestam no cotidiano. O público foi convidado a refletir sobre atitudes que muitas vezes passam desapercebidas, mas podem configurar assédio moral: a infantilização de estagiários(as), a atribuição de erros de equipe exclusivamente ao estagiário ou a exclusão de atividades formativas.

Um dos temas mais debatidos foi o assédio sexual no contexto organizacional, especialmente em suas manifestações mais sutis. Foram destacados os chamados “sinais de alerta amarelo”, que podem anteceder condutas abusivas — como curtidas e comentários em excesso nas redes sociais, mensagens pessoais fora do horário de expediente, convites insistentes para encontros e o envio de presentes. Já os “sinais vermelhos” incluem comportamentos de maior gravidade, como oferecer caronas com segundas intenções, fazer comentários sobre o corpo ou a aparência, insinuar vantagens profissionais em troca de favores, ou realizar toques e aproximações físicas não consentidas, que configuram invasão do espaço pessoal. 

A palestra também destacou que a ambivalência é uma característica comum entre assediadores(as). Muitas vezes, essas pessoas são percebidas como gentis e prestativas, reconhecidas por gestos agradáveis e boa convivência com colegas — os que “levam bolo nas confraternizações” ou “ajudam todo mundo”. Essa conduta socialmente simpática pode gerar dissonância entre a imagem pública e o comportamento abusivo, levando as vítimas a duvidar da própria experiência, culpar a si mesma ou a temer que suas denúncias não sejam levadas a sério. O resultado pode ser a manutenção de um ciclo de silêncio e desconforto que mantém a violência invisível.

Responsabilidade compartilhada

Nesse contexto, foi reforçada a importância das denúncias como instrumento de proteção coletiva. Inspirada pelo conteúdo apresentado, a roda de conversa destacou que romper o silêncio é o primeiro passo para quebrar o ciclo das violências. As denúncias — inclusive anônimas — permitem que a instituição atue preventivamente, acolha as vítimas e coíba a repetição das condutas. “Denunciar é um ato de responsabilidade ética, não de conflito”, afirmou Camilie, destacando que os canais da CPEAMAS garantem sigilo e apoio.

O debate também abordou a convivência entre gerações dentro do Tribunal. Em uma dinâmica leve, os participantes reconheceram expressões culturais e tecnológicas de diferentes épocas, dos tempos de quem usava máquina de escrever até a fluência digital da geração Alpha. A atividade evidenciou que o respeito às diferenças não se restringe a marcadores de diferença como gênero, raça ou sexualidade, mas também às formas de comunicação e visão de mundo de cada geração:

Geração Boomer – 1946 a 1964: Cresceram em um período de expansão populacional e consolidação das instituições. No TJMSP, muitos(as) estão em posições de liderança e magistratura.

Geração X – 1965 a 1980: Foram os primeiros a acompanhar a transição do analógico para o digital e compõem grande parte dos(as) servidores(as) da Corte.

Geração Y – 1981 a 1996: Chegaram ao mercado de trabalho junto à popularização da internet e de novos formatos de gestão. Viram o amadurecimento dos debates sobre propósito e importância da diversidade.

Geração Z – 1997 a 2009: Já nasceram em um mundo digitalizado e representam a maioria dos(as) estagiários(as), atuando com familiaridade em
tecnologias e novas formas de comunicar.

Geração Alpha – 2010 a 2025: A 1ª geração nascida em um cenário de dispositivos móveis e ascensão da IA, que em breve chegará ao Tribunal.

Durante a roda de conversa, os participantes das CPEAMAS destacaram que as denúncias podem ser feitas de forma anônima e sem risco de retaliação tanto da vítima como das testemunhas, reforçando que a CPEAMAS atua com sigilo e acolhimento.

Ao encerrar a conversa, o Juiz de Direito Marcos Fernando Theodoro Pinheiro reforçou que o aprendizado ético adquirido durante o estágio se estende por toda a vida profissional. “Falar sobre assédio não é apenas prevenir condutas indevidas — é aprender a se relacionar com responsabilidade. Esse aprendizado serve para o Tribunal, mas também para qualquer ambiente em que vocês venham a atuar.”

O material apresentado, intitulado “As diversas formas de assédio”, pode ser acessado neste link. A roda de conversa integra as ações permanentes das CPEAMAS do TJMSP, reafirmando o compromisso da Justiça Militar paulista com a construção de ambientes de trabalho seguros, éticos e colaborativos, em alinhamento às diretrizes do CNJ.

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