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TJMSP recebe a juíza Flávia Martins de Carvalho para palestra sobre racismo estrutural e Justiça Militar

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Na tarde da última sexta-feira (30/5), o auditório do edifício-sede do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo foi palco da palestra “Jurisvivência e Justiça Militar – Narrativas negras contra o racismo estrutural”, ministrada pela Dra. Flávia Martins de Carvalho, Juíza de Direito do Tribunal de Justiça de São Paulo e Juíza Auxiliar do Supremo Tribunal Federal.

Com a mesa composta pela palestrante, o Presidente da Corte, Desembargador Militar Enio Luiz Rossetto, e a Coronel Beatriz de Assis Bastos Morassi, Comandante do policiamento de área metropolitana 12 (CPAM-12), o evento destacou a urgência da pauta antirracista no contexto jurídico brasileiro. A exposição foi assistida presencial e virtualmente pelo Desembargador Militar Orlando Eduardo Geraldi (ouvidor do Tribunal), o Juiz de Direito Lauro Ribeiro Escobar Junior, servidores e servidoras do TJMSP, alunos(as)-oficiais da Academia de Polícia Militar do Barro Branco, estudantes de diversas instituições de ensino e representantes da sociedade civil.

A fala foi estruturada a partir de uma densa linha do tempo sobre a escravidão e o pós-abolição no Brasil, evidenciando como o racismo não se limita a atitudes individuais, mas opera em estruturas que moldam oportunidades, narrativas e trajetórias. A magistrada destacou o “fenômeno do racismo sem racistas”, a persistência de estereótipos que naturalizam exclusões, e os impactos do racismo em indicadores como renda, violência e acesso ao poder institucional.

Foram discutidos conceitos fundamentais como racismo estrutural, institucional, recreativo, ambiental, religioso e o equívoco da ideia de “racismo reverso”. Em sua fala, Flávia também apresentou dados recentes do CNJ e de instituições como a AMB, MPSP e Defensoria Pública que revelam a sub-representação de pessoas negras nos cargos da magistratura e do sistema de justiça.

A juíza enfatizou ainda a importância da adoção do Protocolo para Julgamento com Perspectiva Racial, instituído pela Resolução CNJ nº 598/2023, como instrumento essencial para que juízes e juízas reconheçam e enfrentem os vieses raciais nos processos judiciais. Segundo ela, aplicar esse olhar é não apenas uma exigência normativa, mas um passo decisivo para o fortalecimento da equidade e da democracia.

Um dos focos foi o conceito de Jurisvivência, termo com que Flávia articula vivência pessoal e trajetória institucional para revelar como a experiência negra dentro do Judiciário pode lançar luz sobre desigualdades naturalizadas. Para ilustrar essa perspectiva, ela apresentou trechos da sua fala no TEDxESMPU, intitulada “Um corpo negro antecede qualquer fala”, disponível abaixo.

 

Encerrando sua apresentação, a magistrada convocou o público a desenvolver práticas verdadeiramente antirracistas, que não se limitem à formalidade jurídica, mas envolvam o compromisso ético com uma sociedade mais justa e plural. Disponível na íntegra pelo canal do TJMSP no Youtube, o evento reafirmou o papel do TJMSP como espaço de diálogo e construção de políticas institucionais sensíveis à diversidade e aos direitos humanos.

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A imagem é um banner digital de divulgação institucional da audiência pública das Justiças Militares sobre as Metas Nacionais do Poder Judiciário. O evento será realizado de forma online, às 10h30. O banner tem fundo azul escuro com elementos gráficos geométricos e destaca, ao centro, a ilustração de cinco pessoas com diferentes tons de pele e roupas coloridas, simbolizando diversidade e diálogo. Acima delas, balões de fala em cores variadas reforçam a ideia de participação coletiva. Na parte inferior, estão dispostos os logotipos das instituições organizadoras: Tribunal de Justiça Militar do Estado de Minas Gerais, Tribunal de Justiça Militar do Estado do Rio Grande do Sul, Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo e Superior Tribunal Militar. A composição gráfica transmite um convite à participação e à construção colaborativa das metas do Judiciário no segmento da Justiça Militar.

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Público assiste no auditório a Dra. Flavia falando. Ela está sentada à mesa ao lado do presidente, desembargador militar Enio Luiz Rossetto, e a Coronel Beatriz Assis

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Placa em fundo preto com moldura dourada e letras em caixa alta, afixada sobre uma porta de vidro. O texto está disposto em três linhas: “SEÇÃO DO JUIZ DAS GARANTIAS”, “DISTRIBUIÇÃO” e “ARQUIVO GERAL”. Abaixo da placa principal, há uma segunda placa menor com a palavra “DISTRIBUIDOR”, também em letras douradas sobre fundo preto. A imagem foi registrada em ambiente interno, com reflexos de luz fluorescente visíveis no vidro.

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